Uma experiência que guardo com carinho é das feiras. Elas são um ambiente ideal para aperfeiçoar a maneira de receber as pessoas. Em uma dessas ocasiões, uma menina de uns 9 anos pegou uma das câmeras, apontou para a mãe e "fotografou". Logo depois, olhou para a parte de trás da câmera, provavelmente esperando ver uma telinha com o "preview" da foto, e me perguntou se a câmera funcionava.
Em uma feira anterior, um jovem entusiasta de novos gadgets me havia feito a mesma pergunta. Naquele momento, respondi que eram câmeras de brinquedo, que não fotografavam de verdade. Ambos ficamos desapontados. Mas essas câmeras, para mim, funcionam sim! O ato de fotografar é, antes de tudo, um exercício do olhar.
Com a menina, senti que tinha uma nova chance. Sabia que expressões como "ato fotográfico" ou "exercício do olhar" poderiam não ser muito úteis. Então, respondi: "Sim, essa câmera funciona. Mas tem um detalhe!" – continuei – "Ela grava a foto direto na sua memória."
Curiosa, ela perguntou: "Como assim?"
Respondi: "Bem, suas fotos já estão gravadas! Qual foi a primeira foto que você tirou com essa câmera?"
Sem hesitar, ela disse: "Da minha mãe!"
garapa
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pinho de Riga
pinho de Riga
multilaminada
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jatobá
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miolo de jequitibá
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