Máquina de boas novas | 50x50cm
Máquina de boas novas | 50x50cm
Oficina com janela | 50x50cm
Oficina com janela | 50x50cm
Tabula rasa | 50x50cm
Tabula rasa | 50x50cm
Participaram desta coletiva Abraham Palatnik, Azucena Losana, Colectivo Armatoste, Daniel Herthel, Ganso, Guto Lacaz, Juliana Porfírio & Neville D’Almeida, Lina Lopes & Giovanna Casimiro, Kallpp, Motta & Lima, Maurizio Zelada, Milton Marques, Paulo Nenflídio, Peter Fischli & David Weiss, Sara Lana, Xande Perocco e Zaven Paré.
Itinerância:
Centro Cultural Oi Futuro – Rio de Janeiro
Sesc Palladium – Belo Horizonte
Sesc Carmo – São Paulo
Sesc Piracicaba

ARTISTAS, MÁQUINAS E A INVENÇÃO DO COTIDIANO
Até meados dos anos 1980, a criação em arte eletrônica era baseada em trabalhos que operavam sobre plataformas analógicas – desde os televisores, antenas e suas transmissões até as mídias analógicas de gravação, como as fitas cassete ou Betamax.
A partir da década de 1990, essa produção passa a operar majoritariamente sobre o ambiente digital. A digitalização do audiovisual, junto à universalização dos computadores e do acesso à internet, fazem migrar essa produção quase integralmente para o mundo binário e, mais recentemente, para o ambiente da computação móvel.
No entanto, em pleno 2018, após o boom da internet e em meio ao caos das redes sociais, há artistas que, mesmo incorporando a tecnologia em seus trabalhos, têm demonstrado um interesse cada vez maior no uso de soluções analógicas, mecânicas, improvisadas e de baixo custo. São criadores que desenvolvem obras tecnológicas em ambiente offline, não algorítmico, “desvirtual”. Não abrem mão de atuar sobre os aparatos técnicos (e jogar com os mesmos), mas propõem novas possibilidades sobre o seu uso, muitas vezes subvertendo a própria função dos componentes originais. De certa maneira, eles apostam na interação, e não na interatividade, e, com isso, sugerem uma lida mais humana com a tecnologia.
Esses “inventistas” atuam na interseção entre arte, ciência, tecnologia e vida. Transformam seus ateliês em oficinas, suas oficinas em laboratórios, seus laboratórios em extensão do seu viver. A partir da (des)construção de engenhocas, sistemas inexatos, traquitanas com ou sem utilidade, eles estimulam a simbiose humana com a técnica e apresentam uma arte sem manual de instruções. Propõem maquinações peculiares sobre o meio artístico e o universo tecnológico. Relacionam a sua prática criativa com o lúdico, com a educação, com o social, com a invenção, com as mãos na massa e os pés no chão. Atuam sobre as máquinas para transformar as máquinas em ações.
Fred Paulino, curador
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